quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Balanço da Peregrinação Ultreya X - 2015


Chegada a Mosteiro de Armenteira
 
Queridos Peregrinos Ultreya X

Agora... 6 dias depois de chegar do Caminho e da Paz emanada de Santiago.... posso dizer que tudo acabou Bem. Porque tudo acaba sempre Bem.

Como disse o Pe. Ricardo Neves antes de morrer: “Tudo acaba Bem, e tem um Bom Fim, porque Deus me cura ou me leva para o Céu”. Concordo. É uma boa perspectiva.

Afinal  tudo vem de Deus e é o que Ele quer para nós e para nossa Aprendizagem e Mudança de Vida....

Durante 8 meses preparei Ultreya X com carinho e muito pormenor. O percurso, os Alojamentos, os 10 dias de Menús diferentes de acordo com as vontades/necessidades de cada um, os transportes, a Santiopédia....Recebi durante 7 meses consecutivos todos os que quizeram pôr-se a Caminho.

Uns mais vezes, outros menos... sempre quando cada um queria/podia. Cada vez confirmo mais que à volta da nossa mesa de jantar tudo é fácil... todos concordam com os requesitos e todos prometem que irão deixar-se levar pelo Espírito de Santi e o propósito do Peregrinar com Ultreya.... que tão bem identificamos como Peregrinamento.... nunca confundir com Turigrinamento....

Mas no Caminho a coisa pia mais fino J

Há os que Sim e há os que Também... porque afinal se uns vão como Peregrinos outros passam a Peregrinos no momento que entram na Catedral. Isso foram as palavras sábias do Cabildo D. Luis na Homilia. Mesmo que não nos apercebamos disso, é assim que Deus nos vê. Porque Deus vê-nos sempre... Ele saba onde estamos, mesmo que nós não saibamos onde Ele está e não o levemos na nossa Mochila.

A Peregrinação correu mesmo Bem. Acreditem.

Começou em Pico de Regalados numa Festa... tal como Jesus, fez o seu Primeiro Milagre nas Bodas de Canã, num Casamento, Ultreya X começou à volta do nosso 40º aniversário de Matrimónio... e com muita festa, comida, música, dança, visitas culturais, gastronómicas, Missa, renovação de votos, bençãos, fotos e brindes, com pormenores, no cântico do Povo de Deus, trazido pela Fernanda e transformado no nosso Hino, e do Bom Pastor, que tanto dizem ao nosso grupo, os Missais, os Marcadores, as Pagelas, o bolo alusivo ao lenço dos Namorados, os licores.... e muita Amizade, Companheirismo e Amor... nunca esquecerei todos aqueles que poderam estar presentes nesses dias 5 e 6 e conseguiram que fossemos a sua Prioridade. Claro que houve quem estivesse em espírito e lamentavelmente sem presença física e bem sabemos a pena que tiveram e a amizade que nos dedicam.

Mas a Vida é assim... nem sempre temos tudo que desejamos, mas temos seguramente tudo que precisamos.

E lá fomos nós até Tomiño... carregados de malas, bagagens, e muita coisa prescindivel... mas é tão difícil desapegarmo-nos ... tudo parece que precisamos.... e depois....

Essa primeira paragem junto à Igreja de Santa Maria e a visita ao Cemitério onde estão os meus Abuelitos, foi profundamente simbólica. E também essa primeira oração à Virgen do Alívio, onde partilhámos da Novena, foi voltar mais de 50 anos atrás, mas por outro lado viver no Presente a devoção à nossa Mãe e pedir-lhe colo no nosso peregrinar é muito reconfortante. E ainda... encontrar e conhecer a prima Esperanza Blanco foi uma alegre “casualidade”.... daquelas que o Caminho nos proporciona J

No dia 7 partíamos por um Caminho desconhecido, mas com Esperança, Silêncio, Fé e Vontade de Escutar o que o Caminho e Deus tinha para me dizer... Ah e quanto me disse.

Foi uma peregrinação muito desafiante.... há anos que não cruzava tantas “pontes” entre as margens de Deus e do “mafarrico”... sim, o mafarrico este ano foi connosco. Meteu-se nas mochilas, nos corações, nos olhares, nas maledicências, nas criticas, nos desafios à liderança, nos atrasos, na ausência de escuta da Santiopedia e das leituras, na ausência de oração, na desatenção se havia comida para os outros ao “abarbatarmos” tudo que era possível arrebanhar, na ingratidão, no afastamento, quando naquela encruzilhada ... e de seguida nos perdemos e demos voltas e voltas.... mas depois até encontrámos um portão aberto, uma sombra e 2 mulheres que nos acabaram por acolher tão generosamente, nos deram água, os seus sorrisos .... e até mesmo sempre que alguém não se dava aos outros no Caminho.... porque a paragem na Escola com as Crianças e a visita à Família de Jesus que alguns não quizeram viver, foram momentos em que o Mafarrico andava junto, tal como na noite da Discoteca, que bastava estar 5 minutos e já ofereciamos gratidão a quem nos abriu a sua casa.... esses momentos de não presença, desviando-nos do Caminho... Como foi bom escutar e vibrar com aqueles olhos cor do Mar do professor das crianças. Como foi bom dar aquele abraço à filha de Jesus e partilhar momentos com gente boa, pois aquela jovem que cuida dum filho doente e duma filha do coração e tem aquele olhar, só pode ser de Bem e faz-nos sentir Bem.

Ir a Santiago com Ultreya não é fazer turismo, porque para isso há muitas formas menos cansativas e até quem sabe mais económicas... nós não vamos às compras, nós não temos tempo par fazer visitas culturais a monumentos... nós só temos tempo para o Caminho, para o Silêncio Interior, para a Reflexão, para a Alegria e os bons momentos da vida incluindo os gastronómicos e as Cantorias, para a Oração, Meditação e para poder Amar... Claro que peregrinar está de moda e é uma boa moda.... mas não vale a pena peregrinar “por moda”, porque é giro, sei lá... porque conheço gente que foi.... mas depois não quero chuva, não quero sol, não quero vento, não quero comer o que me põem à frente, não quero parar quando o grupo quer e precisa, não quero rezar ou acompanhar quem reza porque não me apetece.... e por aí em diante....

No Caminho todos nos tornamos melhores e todos somos desafiados a activar o pior de nós.... isso é quando o mafarrico encontra a nossa brecha.

Mas tivemos muito mais momentos altos onde Deus esteve lá, tomou conta de nós, apontou Caminho, fez-nos amar, ser alegres e felizes... e ía na nossa mochila...

E foram para mim muitos... e muito diferentes todos. Partilho alguns....para além do que vivemos aqui no Pico e em Tomiño, a escuta do Hino de España à porta da Igreja de Tebra, a visita inesperada no Caminho pelo António Pablos, a companhia que fizemos à Augusta e ao João enquanto esperavamos pelo táxi, a água na Quinta depois de nos perdemos e quando lhes cantámos o Povo de Deus, a Missa e o padre francicano nos Capuchinhos em Vigo, a partida e as orações e cânticos na Igreja dos Picos em Vigo, o Caminho até Redondela cantando o Hombre de Cromañon J, o terço em Cedeira debaixo de chuva antes de chegar a Redondela, o banho ao final do dia na praia de Cesantes, o jantar de percebes, o amanhecer em Cesantes, a foto de grupo em Pontesampayo, a visita à Igreja da Peregrina, rezando e cantando, a  companhia do Celestino Lores em Pontevedra, a visita ao Mosteiro de Poio, a chegada a Combarro, o delicioso almoço em Combarro regado pelo simpático albariño, a simpatia da Maria José,a motorista que nos levou até à descida para Armenteira e nos proporcionou tão maravilhosas vistas sobre a Ria, o encantamento de Armenteira, a emoção do abraço, do carinho, do Amor da Irmã Lourdes e da Irmã Paula, as Vésperas, as Completas, a penumbra e o silêncio quando as Irmãs saem da Capela e vão para a Clausura, o Claustro, o silêncio do Mosteiro e a Paz dessa noite.... as Laudes e a Missa às 7h30.... os salmos e as orações que nos dedicam...., a partida ao som das gaitas de foles, o percurso da Auga e da Pedra, o Angelus, o terço e as sevilhanas .... a ausência de comida.... os vinhedos por Barrantes.... a chegada a Vila Nova de Arousa, olhando aquele mar com frio, vento, chuva e muito cansaço....o miminho da queimada que nos aqueceu a alma no Hotel Leal.... o mau tempo que nos fez mudar de Vida e não subir a ria de barco, mas nos proporcionou um dia fantástico cheio de boas surpresas.... porque abriu o sol, passeamos, visitamos o museu de D. Ramón de Valle-Inclan, nos levou inesperadamente à Missa da “Srª da Pastoriza” onde fomos altamente agraciados pelo Pároco pela nossa presença, com um acolhimento especial por sermos Peregrinos a Santiago.... foi um derramar de lágrimas que nos fez saltar todas as “dores” e deixá-las, lá aos Pés da Señora...., o banho burbulhante no Balneario Acuña, a Massagem, a Missa em Caldas de Reis, tão oportuna pela Carta de Santiago, que parecia dedicada “só” ao nosso grupo... e depois o jantar no Moiño...., o terço na Igreja de Padron, um classico do nosso grupo, sentados nos bancos do costume, revendo na minha memória todos aqueles que ao longo de 10 anos nos têm acompanhado, e principalmente os que têm repetido peregrinações, são “levezinhos” e contribuem para a harmonia de Ultreya... aqueles a quem intitulo de “núcleo duro” e são o futuro de Ultreya.... o jantar no Hotel Scala, em que nos ofereceram um bolo de aniversário pelos 40 anos de matrimónio, uma queimada surpresa e ainda.... um final de noite na Discoteca. Todas as vezes que cantámos.... todas as vezes que rezámos e cantámos a Consagração.

E por último....O último dia... forte, doloroso, chuvoso.... cheios de emoções.... ao partirmos apenas 14, ao cantarmos a Rianxeira no café Rianxo na Esclavitud, o almoço na moradia em obras, e também a espera pelo Jaime (que afinal tardava porque se tinha perdido pois foi à procura dum lugar onde almoçar juntos e perdeu-se).... nunca se abandona o último.... e tantas vezes isso foi pesado, mas por outro lado de grande generosidade da parte de todos.... são momentos de dádiva que Deus nos dá para sermos melhores.... a partida de mais 7 que não “poderam esperar 10 minutos” .... acreditem que pré-senti o que iria acontecer.... a largada do Jose Manuel porque não “podia mais”.... e a chegada juntos comigo de apenas 7 (a Fernanda, a Balbina, a Augusta, o João, a Cecília, o Jaime e eu própria.....) Não há acasos... tudo está escrito no Céu... cada um necessita entender para quê nos acontecem determinadas situações.... mas uma coisa vos garanto.... na Peregrinação, seja de 7 dias, 10 ou mais.... vive-se a Vida, vive-se como se vive habitualmente, vive-se como precisamos “escutar sinais” e vive-se a Lei da Causa-efeito... o que semeamos, colhemos. TODOS. Foi uma profunda tristeza que vivi no meu coração. Nunca tinha acontecido em 10 anos, não chegarmos TODOS JUNTOS. E já tivemos muitos dias de chegar empapados ao destino e até mesmo a Santiago, como foi o caso há 2 anos atrás.

Por fim.... afinal com 10 minutos de atraso, chegamos 2 horas antes... caramba, foi forte. E estou muito grata aos que me acompanharam na chegada e aos outros também, pois tudo foi para mim aprendizagem. Desejo sinceramente que também aprendam com isso e se perguntem para quê me aconteceu isto....

E ainda... quero mencionar outros momentos de profunda emoção, no dia da chegada e no seguinte: o abraço ao Apóstolo, a Oração na Cripta, a Adoração ao Santíssimo, a Compostela que dediquei à minha filha Vera, que nesse dia 16, fazia 9 anos de casada, a Reconciliação (palavras sábias e profundamente apaziguadoras que recebi daquele Santo padre que me escutou) e a subida ao Altar.... a Leitura e a Invocação, este ano de novo escrita por mim. E carregar nas costas o saco com a cruz de Santiago e as nossas intenções lá dentro é maravilhoso.

Não há acasos e todos aqueles que escolhemos para nos acompanhar no Altar, foi altamente simbólico. Chegamos 7 juntos ao Obradoiro e na Catedral disseram-nos que só podiamos ser 7 no Altar. Todos os outros teriam de ficar no Transepto. Melhor agora, que ao menos têm lugar especial e reservado, para quem paga o Botafumeiro e este ano pagámos. Mas disso já falo a seguir.

E escolhemos de forma simbólica: eu e o Jaime, este anos juntos, como durante 40 anos.... um que não fez o Caminho no último dia e que representou os que “ficam de fora” mas não excluimos, alguém que veio pela primeira vez, acabou junto connosco e viveu intensamente a Peregrinação em todos os seus componentes, e os outros porque são Peregrinos MESMO.... Isto não quer dizer que não houvesse dos restantes 14 MAIS PESSOAS que merecessem estar no Altar, claro que sim. Mas.... como só tinhamos 7 lugares, foi este o critério. E como na minha t-shirt levava o nome de todos, ninguém foi exlcuído. Quem sabe, no próximo ano voltam e têm essa oportunidade. Deixemos... é bom praticar o Desapego: “Let go anda let God”.

Voltando ao botafumeiro... 19 pessoas do nosso grupo pagaram os 350 euros que a Catedral pede. Foi para os 2 outros elementos do grupo um  previlégio ter vivido essa oportunidade. Seguramente estão gratas. Chegar com Botafumeiro e entregar simbolicamente as nossas intenções nesse voo até ao Céu.... é outra coisa. E generosamente oferecemos também esse momento a todos aqueles que assistiram à Missa. É bom fazer Bem, incondicionalmente.

Outro momento muito especial foi a visita à Susana, Secretária da Archocofradia do Apóstolo Santiago da qual somos membros e também ser reconhecida por algumas pessoas nas ruas, que me agradeceram a Invocação que escrevi e li, e que lhes provocou emoção.

Eu é que agradeço, pois fui instrumento do Espírito Santo e pelos vistos toquei outros corações.

Termino agradecento a Deus, à Nossa Mãe do Céu e a Santiago por mais esta Peregrinação. Levei 20 pessoas, da forma que quizeram e poderam. Fiz a minha parte. Cumpri a minha Missão. Estive ao Serviço. Agradeço a todas as pessoas maravilhosas, que estiveram presentes, disponíveis, atentas, generosas e me acompanharam no Espírito de Peregrinação.

Fui imperfeita, porque sou Humana, mas Vivi Intensamente porque me entreguei incondicionalmente com o propósito de que cada um cumprisse o seu Caminho, por vezes abanando, mesmo que incompreendida. Cada um de nós faz o melhor que pode e sabe, ao nível da Consciência que tem. E de alguma maneira levar 13 novos Peregrinos é fantástico e Santiago deve estar muito feliz. E ter um núcleo de 8 repetentes... é sentir que vivemos junto com Compromisso, Fé, Busca, Gratidão e Amor!

Obrigada!

Ultreya!!! Sempre em frente com Coragem!!!

Um abraço peregrino e até breve

Isabel Blanco Ferreira

 


 


ULTREYA! - "Vai para a frente com Coragem"

Suseia! Sempre em frente!

 
Fazer o Bem, Sempre – Teresa de Saldanha, Fundadora das Irmãs Dominicanas em Portugal

 

Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz

(Madre Teresa de Calcutá)

  In spite of everything, I still believe that people are really good at heart (Anne Frank)

Be the world you want to see – Mahatma Gandhi

Es feliz el que soñando, muere. Desgraciado el que muera sin soñar - Rosalía de Castro

 


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Reportagem RR a Santiago de Compostela - Peregrinos a Caminho...


Escutem a reportagem que foi feita por um jornalista da RR, que acompanhou um grupo de Peregrinos a Santiago, e vejam as imagens.

Encontrarao a reportagem neste “link”:


Basta clicar e depois clicar em Áudio. Podem também partilhar a partir daquela página do site da RR.

Ups!!! que emoção, que saudades... sabemos e sentimos estas palavras, estas partilhas,conhecemos esta vivência, conhecemos o que nos tem transformado... os desafios, o sermos melhores, as tensõs, a fraternidade, o silêncio connosco, a descoberta, a conversão.... enfim a história que é a nossa e única mas que vemos também aqui...

Bem...já só faltam 8 meses para Ultreya X e já estou a trabalhar nisso. E aqueles que ainda não se atreveram... vá... pelo menos uma vez na vida.... Se eu mandasse, OBRIGAVA Nunca mais somos as memas pessoas....

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Conferencia: DE SINTRA A SANTIAGO DE COMPOSTELA A CAVALO

Testemunho dum Peregrino a Cavalo....

 
 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Regresso de Ultreya VIII


Queridos Amigos Peregrinos Ultreya VIII

Espero que todos estejam bem e que aqueles de quem não tive notícias, e/ou não me tenha conseguido despedir, tenham regressado bem a casa e estejam a integrar-se no quotidiano com facilidade e alegria...

Nós aqui estamos, em Pico de Regalados, a curtir a nossa casa, Vila Verde, os amigos minhotos, alguns familiares e a retomar forças para percorrer os próximos 350 dias, até voltarmos a pôr os pés no Caminho e cumprir Ultreya IX J

Infelizmente e porque tenho dificuldade de acesso à internet AINDA não consegui começar  a preparar e a seleccionar as etapas da próxima Ultreya J Mas... hei-de conseguir... pois é a melhor forma de combater as saudades do Caminho... ou talvez isto tenha o propósito de viver o presente e deixar quer Ultreya VIII acabe de fazer um pouco mais de efeito J

Entretanto o ambiente aqui por Vila Verde é de muita alegria e boa disposição.

Estão a preparar a Festa das Colheitas; entre os dias 4 e 6, vai haver concursos de petiscos e pratos típicos, venda directa dos agricultores dos seus produtos agrícolas, artesanato, apresentação de ranchos, e muita, mas mesmo muita concertina J e claro, tasquinhas para petiscar e conviver.

E neste espírito temos andado por aí, a passear e a visitar e “fomos apanhados” .... vejam a TVI, ou gravem o programa deste próximo domingo à tarde, pois fomos entrevistados para falar de namoro em Vila Verde... J lol!!!!

Mas... voltando ao Caminho J

Tive pena de não ter podido despedir-me de alguns de vós no domingo após a Missa do Peregrino, mas acreditem que foi por uma boa causa.

No final, quando fui à Sacristia levar as nossas intenções, perguntei o que se tinha passado para não nos convidarem para ler a nossa Invocação ao Apóstolo. Ups!!!! Deram-se conta do lapso, pediram milhões de desculpas e propuseram que ficassemos para a Missa das 13h e assim faríamos a Invocação. Claro, não resisti J Pois sei o quanto doloroso foi terem-se esquecido de nós. Quem gosta de se sentir esquecido, excluído, não visto... e por isso, pela maravilhosa Invocação que tanto deu de si o Henrique para a escrever, e porque falava das intenções de cada um de nós... corri o risco de não ser compreendida, de não estar com todos, e “levar” J com outra Missa logo de seguida, aguentar a fome mais um pouco, eventualmente não estar com os meus Peregrinos, para poder servir o propósito para com Santiago ... E valeu a pena...

Porque para se redimirem do lapso a Missa foi em Intenção do Grupo Ultreya e isto dito publicamente, a Invocação foi lida nas 3 línguas, português, espanhol e galego, o Sacerdote deu-nos como exemplo de Peregrinos e que o nosso testemunho era estimulador e que devia ser seguido por outros, e ainda.... que não iria ler a Oração dos Fiéis, porque a Invocação dos Ultreya continha nela já tudo que era necesário. Uma grande alegria e os Parabéns ao nosso querido Henrique por tanta santidade (lembrem-se, Santo é o Pecador que não desiste J).

Só por isto, valeu a pena o sacrifício...

E porque somos sempre recompensados pelo nosso compromisso, encontrei ainda muitos dos meus Peregrinos e acabámos por almoçar juntos 12. Para quem achava que já não ia encontrar ninguém L....foi excelente. E também o suficiente é o possível e o possível é o suficiente... J e claro, obviamente que respeito a decisão dos outros. Desejando que tenha valido a pena a ida a Finisterra. Valeu?

Bem...voltando ao nosso Peregrinamento, só posso dizer que correu com muita serenidade e harmonia.

E tudo o que não correu como queriamos, serviu para aprendermos.

Para mim, total e completamente. Principalmente a nível dos relacionamentos pois ir à frente tem 2 aspectos importantissimos: é bom porque dá para ir alcançando o horizonte, é bom porque consigo ir muito em silêncio e contemplação, é bom porque no silêncio posso rezar escutar Deus e a mim própria... é duro, porque muitas vezes não tenho com quem conversar, porque tem solidão quando me apetece conviver, e se não se aproximam de mim, e partilham perco muito dos momentos de partilha e alegria do restante grupo. Mas a decisão de encabeçar o grupo é minha, e daí a responsabilidade da minha opção. Mas... o saldo é totalmente positivo, pois isso faz com que o grupo vá em maior harmonia e ajuda a respeitar o ritmo e dificuldade dos últimos e a poder apoiar quem vai com mais dificuldade.

Aquilo que vivemos juntos durante a Peregrinação Ultreya traz uma ligação que fica para a Vida, mesmo que nunca mais nos vejamos. E aquilo que vivemos com os outros, com quem nos cruzamos, muitas vezes por breves momentos, acrescenta em muito à nossa capacidade de amar. Talvez mesmo, por ser por momentos tão breves... Recordemos a Senhora do último dia a quem cantámos e que estava com uma cara tão “dura”, apercebi-me (porque a São generosamente me alertou para nisso) que estava com uma profunda dor.... vá se lá saber o que vai na Alma de cada um... por isso a forma como olhamos o outro, e a oportunidade de sermos compassivos com outros é imensa... Tal como algumas vezes me têm escutado dizer, o Caminho dá-nos a oportunidade de ser o melhor e o pior de nós mesmos.... às vezes uma  brincadeira ou ironia pode magoar tanto.... a propósito partilho que aquele jovem italiano e encantador que tantas vezes apanhámos no Caminho, nos abordou, com a namorada já em Santiago, durante a tarde, (pois não viemos logo embora... voltamos à Catedral para nos despedirmos devagar J e foi optimo, pois a Cripta não tinha ninguém, não havia filas par ir rezar.... uma Paz....) e conversamos muito tempo... partilhou-nos que no dia seguinte íam para Finisterra, queria repensar a vida e encontrar uma nova vida (isto com um brilho imenso no olhar), era camionista, tinha um camião dele e tinha-o vendido... agora tinha dinheiro e tempo para decidir a sua Vida e a sua Missão... e referiu que no nosso grupo alguém “brincava” com ele dizendo Berlusconi, Berlusconi e isso tanto o incomodava... mas pronto já tinha passado... claro... fiquei a pensar que é sempre melhor ser amável, fazer perguntas ao outro e não “mandar piadas” que podem não ter piada nenhuma... talvez a ironia esconda a nossa vontade e medo de dar amor e a nossa incapacidade de nos expormos com ternura, ou mesmo do receio de receber amor e por isso nos comportamos de forma a evitar receber...... bem.... pensemos nisto...

Isto é o Caminho.... estar sempre atento a nós e ao outro... é difícil... somos muitas vezes individualistas... não é por mal, é por hábito mas é um mau hábito... J

Acredito profundamente que naqueles dias que caminhamos vivemos uma Vida, e a nossa Vida, da forma como a levamos.... no Caminho podemos se estivermos atentos viver a vida virada para fora de nós e sendo melhores... tivemos algumas oportunidades... por exemplo, sendo amáveis,   deixando casas de banho limpas.... não nos sentando encharcados numa cadeira, para não a deixar molhada para a pessoa seguinte....oferecendo algo de cada um porque o outro precisava.... esperando pelos últimos, porque está sofrendo, cantando para agradecer quem nos tratou bem ou para mimar quem não nos tratando tão bem, vimos como precisava de alegria, indo pela esquerda, respeitando o tráfego ou utilizando zonas demarcadas e não indo pelo meio da estrada, pois é a forma de agradecermos quem se preoupa com a nossa segurança ao utilizarmos  aquilo que deu tanto trabalho a pensar, e despesa a executar....e até... J comprando os tubos para todos, pois foi o primeiro a aperceber-se de que não havia e saiu a correr para tentar ajudar a todos (Pastor que se preza é assim J.... tenho muito orgulho no meu Pastorzão)

Seguramente cada um de nós trouxe muito do Caminho... e ao longo do ano essa aprendizagem vai ser muito útil...  o Caminho dá-nos uma nova visão da Vida, da diferença, da tolerância, da amizade, da fraternidade, da disponibilidade incondicional, do altruísmo, da obediência, da humildade, do desapego... e de tudo aquilo mais, que cada um vai descobrindo...

Venho também pedir que cada um escreva umas palavras de testemunho sobre estes 11 dias, para poder publicar no blog ultreya-ibf.blogspot.com, para sermos Inspiradores e que outrs ponham pés (botas) a Caminho J

Renovo toda a minha gratidão pela vossa presença na minha Vida. Por confiarem em mim, por se cruzarem na minha vida, por terem escolhido ir comigo  e por todo o apoio e tanto carinho que recebi e felicito-vos pelos sacrifícios que terão vivido.

Também gostaria de marcar o nosso próximo encontro, para matar saudades e para pedir a quem tirou fotos que me leve um CD com as mesmas.

O espírito de Santi, o espírito Ultreya renova-se e alimenta-se deste encontros e do nosso Peregrinamento.... O testemunho a ser vivido, por nós próprios e para os outros....

Assim proponho um encontro-jantar no dia 19 ou encontro-almoço no dia 27 de Outubro.

O que estiver melhor para a maioria, será o escolhido....

O Jose Manuel já sabe... pode vir de comboio e ficar na nossa casa. Iremos buscá-lo e levá-lo ao “tren” J

E para quem já quer ir “programando” Ultreya IX.... 18 de Setembro de 2014... pés nos tacos de partida.... J

Um abraço forte forte com muita gratidão

Isabel e Jaime

Ultreya no Caminho de Santiago - Isabel Blanco Ferreira e a sua vivência...

Aqui fica a partilha da minha vivência enquanto Peregrina e em particular a Santiago de Compostela.
Espero que inspire outros a pôr "botas ao Caminho...."
A minha partilha em antena... no CMTV.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Porque Partimos? Porque Peregrino? Para que escuto a chamada?



Cada vez mais me Comprometo. Aliás para mim a Vida é sempre um Compromisso. Por isso quero viver com coerência.

Sei e Sinto que esta Pausa no Caminho é uma Escuta Interior. Uma escuta de mim própria e também uma Escuta de Deus...

Já não consigo viver sem Isto....

Escutar-me e Escutar. Alinhar-me, Centrar-me. Rezar, entregar, pedir, agradecer.

Sei e sinto que é também uma Missão: ajudar a que outros o façam. Gerar “filhos” de Santiago. Ah e não posso deixar de partilhar que é também uma grande Alegria Con-Viver convosco. Todas as partilhas de conversas, cansaços, orações, cargas e “descargas”. E ainda... que belas férias! Que belas paisagens. Que belas comesainas. E a Natureza, poderosa, simples, grandiosa, colorida. São os Matizes da Vida que, se estivermos atentos, encontramos numa Peregrinação.

E a Aprendizagem que trazemos no nosso Coração, não pode ser Maior. A Viagem Interior que nos transforma. O Amor que pomos em prática, através da relação com o Outro, que partilhamos neste período de tempo que passamos juntos. Apenas connosco e com um grupo fechado, uma família reduzida em apoio, estima, tolerância e aceitação. Voltamos diferentes e a relação do grupo fica especial para o resto da nossa Vida. Mas dá trabalho.....precisamos comprometer-nos com Viver a PEREGRINAÇAO com sentido.

 

Uma Peregrinação necessita da nossa disponibilidade para contactar com o Silêncio. O silêncio do nosso coração: a nossa Catedral de Silêncio. Onde reside a vontade para estarmos disponíveis para nos escutarmos a nós próprios. Onde podemos descobrir a Fé. A Fé em Deus e em nós próprios. Aquela fé que na perda de algo nos faz ter fé na mudança. Vamos escutar o nosso silêncio. Que nos abre portas de Bondade e Disponibilidade para o Bem. Vamos trilhar um Caminho de Recomeço e Renovação. Mais do que dizermos ou fazermos muito, sejamos Testemunho e possamos inspirar outros.

Por isso mais uma vez a minha Voz Interior chama por mim sussurrando ULTREYA VIII. Este ano ano pelo Camiño do Norteo último       que me faltava percorrer do Sete principais. Depois, e enquanto tiver pernas para andar.... continuarei. A seguir... Deus sabe o que tem para mim.

 

E ...depois de ssete idas a Santiago, pelo Caminho Português, desde Valença do Minho, pelo Caminho Francês, desde O Cebreiro, pelo Caminho Inglês desde Ferrol, e ainda o chegar a Finisterra... como nos velhos tempos em que os Homens procuravam para além do Conhecido, simbolizado pelo final da Terra e pelo desapego das roupagens que se queimavam, destruiam ao chegar a Finisterra, pela limpeza através do banho tomado nessas águas renovadoras, e pelo renascer da Vida depois de ver o sol a por-se na linha do horizonte, também eu senti em 2009 essa vontade de procurar e encontrar para além dos meus Sonhos... O Caminho de Finisterra é o único que não chega a Santiago, mas parte de Santiago. Como um símbolo de partir de nós próprios, da nossa Origem... na procura daquilo para que estamos verdadeiramente “talhados”... para a nossa Meta... para a nossa Missão... E ainda receber a Finisterra, diploma que confirmou esta Peregrinação, e ir a Muxia, lugar de culto a Nossa Senhora da Barca .

Em 2010 senti e quiz, aproveitando o Ano Santo, o Ano do Perdão, fazer o Caminho Português, chamado do Norte, mas com uma pequeno desvio.... sair das minhas raízes maternas, de Pico de Regalados e passar por Tomiño, berço do meu Pai, dos meus “Abuelitos” e de meus “Bisabuelos” paternos e chegar a Santiago “entrando pela Porta Santa”.

E mais uma razão para em 2010 escolher esse Caminho. Porque chamando-me Isabel, tenho como padroeira a Rainha Santa Isabel, Peregrina de Santiago e uma das primeiras a marcar o Caminho Portugês.  

2010 foi a oportunidade de alcançar uma Indulgência Plenária (ou por outras palavras, o perdão completo dos pecados) para nós próprios ou, para um nosso familiar ou amigo defunto.

E em 2011 lá cumprimos o Camino Sanabrés, desde Allariz, também denominado Via da Prata.

E por fim em 2012, percorremos o Camiño Primitivo, aquele que foi considerado o primeiro, percorrido pelo próiprio Rei Afonso que veio com o seu séquitod esde Oviedo confirmar que estava perante o túmuçlo do Sr. Santiago.

Este ano a nossa Peregrinação inicia-se a 19 de Setembro, como de costume, num encontro fraterno na nossa Casa das Hortensias em Pico de Regalados (Vila Verde-Braga) e termina no dia 29 de Setembro em Santiago. Serão aproximadamente 150kms que iremos percorrer durante 8 dias. Caminharemos a partir de Sábado, desde Mondoñedo, e daí dia após dia, aproximando-nos do Senhor Santiago. Nunca excedendo os 20 kms por dia. Como vêem uma versão light para o físico, mas uma vez mais, muito profunda no Caminho do Coração.

Vai ser uma vez mais maravilhosa, estou certa. Porque vai ser diferente. Porque vai ser desafiadora. Porque vai ser um convívio connosco próprios. É sempre diferente, mesmo que se repita um percurso. Porque vai ser uma aprendizagem no Convívio com os outros. E é sempre um Caminho de Desapego. Se nos libertarmos da nossa vida de quotidiano, dos nosso hábitos, necessidades e “manias” e nos disponibilizarmos para sentirmos, sermos em cada dia e depois de voltar à “vida” pessoas diferentes. Porque o percorrido nos anos anteriores nos vai ensinar muito sobre o que poderemos fazer nesta Ultreya VIII e porque uma Peregrinação é sempre uma Viagem Interior que nos traz uma pessoa diferente. Nos transforma em algo novo. É um momento de fusão, escuta e respeito. Vemo-nos e a cada um de alma a alma, numa corrente de consciência e amor.

Que sejamos Grandes na Humildade e na capacidade de aceitar normas, liderança e organização.
Sou cristã, mas também sou ecuménica. Respeito o que aprendi com os meus antepassados e honro as minhas origens. Honro ser nesta Vida uma alma ibérica, com raízes  celtas e que aprendi a ver o Outro através do Amor do Cristo. Aceito todos que acreditam que existe Deus e o Universo. Que acreditam que o Amor é realmente aquilo porque vale a pena mover-nos.

Este é o Valor da nossa Peregrinação. Estas são as normas pelas quais nos vamos reger: AMOR, Aceitação, Tolerância, Comunhão e Fraternidade. E proponho depois da grande intenção do Ano Santo, a do Perdão – libertação da dor, do ressentimento, do passado, das mágoas, enfocar na Fé, pois este é o Ano da Fé, mas também na Celebração da Vida. Em 2012 enfocámos a nossa Peregrinação na Cura. A cura da nossa Alma. Porque acumulámos dor e quantas vezes até daquilo que contra nós fizemos, daquilo que permitimos que nos fizessem. Aceitando que todos, incluindo nós próprios apenas fizemos aquilo que sabiamos com o nível de conhecimento e consciência que todos tinhamos nesse momento.
Se Deus é Amor e se o amor tudo cura, aproveitemos a “onda” e libertemos o nosso coração de todos os pesos e deixemos entrar o Amor.

Que possamos libertar-nos da Crítica e aceitar que tudo que irá acontecer nestes dias terá um propósito. Que possamos entregar a nossa forma de viver no quotidiano: fazer, organizar, mandar, decidir e deixemos que a Vida aconteça, provavelmente sem ter de fazer, organizar, mandar, decidir, planear...às vezes para alguns é difícil sermos conduzidos. Então a esses peço que o façam e se disponibilizem para essa atitude. Praticar Obediência, pode ser já um exercicio espiritual.

Ano passado tive uma grande provação: escolher acompanhar e apoiar o Jaime ou ficar com o meu Grupo. Foi muito duro dar-me e não receber.Recear, sacrificar-me e afinal... não era nada.  Largar o esperado e aceitar o inesperado. Desapego, abandono, aceitação: AMOR. Este ano deixo que entrem novas lições na minha vida e peço que não necessite de nada tão doloroso.

Todos os dias irei organizar um encontro de Oração e outro de Meditação. Apenas peço que cada um o aceite. Seja na participação de rezar e/ou meditar. Seja apenas no silêncio da sua presença. Mantendo-nos em Grupo.
Fizemos uma vez mais a reserva com bastante antecedência, para que tivessemos todo esse mimo assegurado, de chegar ao hotel e ter um banho quentinho à nossa espera, um jantarinho, e sem termos de procurar estadia, refeição e ter qualquer outra preocupação no meio de cansaço, calor ou mesmo chuva... e quem nos acompanhou nos anos anteriores sabe do que estou a falar... Que bom chegar e termos tudo preparado para nos receber
J ... Não esquecer de levar o fato de banho, a touca, as “chanclas” (chinelas/havaianas). Quem sabe ainda apanhamos alguma piscina J
Mais uma vez vamos ter carro de apoio para nos levar bagagem cada manhã até ao Hotel onde pernoitarmos.... que mimo tão delicioso. Mas nós merecemo-lo. E não é por isso que deixamos de Peregrinar. Não é necessário fazer penitência física para que possamos fazer um caminho espiritual. Tudo que vamos viver terá sempre uma componente de incómodo e desafio que nos irá ajudar a conhecer-nos melhor e também a confirmar que somos capazes de alcançar o que nos propomos e que se pararmos um pouco e sairmos das nossas rotinas... podemos en contrar o silêncio interior e a paz que necessitamos para nos escutarmos.


E por isso, precisámos de nos comprometer desde muito cedo com uma intenção: Ir. Até aqueles que não tinham consciência disso e decidiram à última da hora, já se tinham comprometido com o Caminho sem saber. Os chamamentos....

Alguns ficaram pelo caminho e não vêm nesta Peregrinação, outros já não passam sem ela, outros nos foram trazidos... Cada situação tem uma função na Aprendizagem que cada um de nós precisa.

E assim, pela oitava vez, com ânimo e serenidade vamos cumprir mais um Caminho de Santiago: O Caminho do Norte.

Vamos aproveitar esta Peregrinação para também sermos um testemunho de Mudança. A Mudança que o Mundo tal como está, tanto necessita. Através da Cura pela Fé, e que nos liberta. Vamos libertar-nos de cargas do passado, que muitas vezes é o que mais pesa na Mochila J. Nada como nos libertarmos dessas dores que nos prendem ao Passado. O Per-dão (que vem do latim perdoare) serve para doar, dar a nossa dor, libertar sofrimento, para nos sentirmos felizes. O perdão não serve para ter razão. Serve para ser feliz. Por isso o perdão CURA. E com a intenção de celebrar a Vida, vamos viver estes dias em Alegria no nosso coração e uma atitude de Gratidão. Nos momentos difíceis que atravessamos e vemos o Mundo atravessar precisamos ter uma atitude de Gratidão por tudo que temos e somos e não enfocar no que não temos.

 

Vamos com um Propósito: que vou aprender? Para que me vai servir? Qual o meu objectivo? Chegamos com uma Atitude: que trouxe, que posso mudar, que escutei de mim, que aprendi, como posso Caminhar comprometid@?

 

Vamos receber a Benção de Santiago, entregarmos-lhe a nossa Gratidão e colocarmos no Botafumeiro e a seus pés, todas as nossas Intenções ....

 

Vamos viver este Caminho sempre como o primeiro, sem expectativas, disfrutando de cada momento e de cada segundo como se fosse o único e Único. Que o nosso Coração escute e a nossa Intuição saiba interpretar cada momento de cada dia como um Presente. Por isso mesmo o Presente se chama “Presente”. Para que a Missão e o Serviço para o qual estamos destinados nos façam mover com Alegria e Entusiasmo pela Vida. VAMOS quem sabe aprofundar no nosso coração a nossa verdadeira Missão. E encontra-la no meio do Caminho.

Vamos tirar partido de tudo que acontece, seja o bom manjar, ou a bolha nos pés. Vamos olhar para tudo como fonte de informação e aprendizagem e deixarmos de quantificar em bom e mau. Vamos mesmo sofrendo, viver alegres. Vamos reconhecer que somos seres infinitamente amados por Deus e capazes de amar. Não fiquemos instalados na Vida. Somos Peregrinos, quer dizer somos aqueles que nos mexemos, movemos, co-movemos, caminhamos até algo. Aprendi que na vida espiritual há 3 tipos de pessoas: os espectadores que não arriscam, que se demitem de viver diante da dor, que não se comovem, apenas se incomodam; os turistas , que se acomodam, observam e fogem para a frente, de cenário em cenário e os Peregrinos como nós que procuram o encontro. Que procuram a sua Vocação. A única coisa que Deus nos pede neste momento. Que sejamos quem somos,  que sejamos coerentes, que levemos a vida para a frente. É o pedido que Deus faz no coração de cada um de nós. Ser Humilde e dar a Vida por uma Missão. Podemos não ver o problema todo. Mas vivamos enfocados na solução desse problema. Isso é Ser Feliz e Amar.

E vamos no dia 28 cruzar o Pórtico da Glória, de Mestre Mateo e reconhecer com Gratidão que somos Filhos de Deus e abençoados nas mais pequenas coisas. Abraçar o Santo, rezar um Credo ou um Pai Nosso junto ao seu túmulo e recomeçar o Caminho, pois é depois de chegarmos a Santiago e quando voltamos ao nosso quotidiano que o Caminho começa e nos confronta com o que trazemos, com o que tomamos consciência e pretendemos mudar.

               

E este livro não é mais do que partilhar o meu sentir, as minhas crenças e textos que me tocaram. Não se destina a con-vencer, ou con-verter, pois não venço ninguém, nem verto nada para os vossos corações, que não queiram receber, mas serve para reflectir junto convosco... E partilhar a partir das experiências do passado. Comprometermo-nos  que vamos acolher todos os companheiros pois fazem parte das nossas vidas. Disponibilizarmo-nos para estar atento a quem precise de ajuda. Estar atento implica ajudar, e uma palavra de encorajamento é às vezes uma grande ajuda. Parar várias vezes não só retempera forças como aprofunda o ser Peregrino, dado que em cada paragem vamos interiorizando com os outros. Durante a Peregrinação há momentos inesquecíveis. De pura alegria interior. E depois? Depois... há que retomar as “banalidades” das nossas vidas. Não ficaremos sempre em Santiago. Mas há Alguém que conduz a nossa Caminhada. As botas são boas ferramentas para caminhar, mas não são elas que nos conduzem. E podemos seguir esse Alguém mesmo quando existem outros caminhos que nos parecem mais fáceis. Será que era melhor em comparação com...?O guia do Caminho é Jesus Cristo e segui-lo é deixar-se guiar para ultrapassar até os lugares perigosos que temos de fazer na nossa Caminhada.

Este ano comecei por contactar apenas os Peregrinos do nosso núcleo duro, aqueles que estão verdadeiramente munidos do espírito de Ultreya. Quer dizer, são “levezinhos”. Os que são alegres, que aceitam as situações inesperadas, que procuram em si e nos outros partilha, comunhão, aceitação. Que procuram no Caminho chegar mais fundo dentro de si, e encontrar respostas para se escutar e também partilhar, viver a Fé, largar o passado e olhar em frente, aprender do Caminho, dos outros e com os outros, que se querem dar e receber ...E só depois dos “antigos” terem manifestado interesse de voltarem com Ultreya abrimos as portas a “novos”. Mas os “novos”, mesmo que não sejam católicos, precisam ser pessoas Crentes. Que tenham uma atitude espiritual de forma que estejam disponíveis para encontrar em Ultreya uma oportunidade de crescimento espiritual e estejam motivados para viver com gente que “Ora, Come e Ama”.

 

Este ano mantive os desafios de preparação J. O primeiro, que todos sem excepção, respondessem (interiormente) ao questionário que aqui coloco. Não serve este para me responderem, mas sim para cada um se questionar a si próprio e encontrar matéria de reflexão. O segundo, foi que todos os novos “sem excepção” J, estivessem presentes nos encontros mensais ULTREYA em nossa casa. Isso faz a diferença na forma como pode ser mais harmoniosa a nossa peregrinaçaão. Para que entendam que Ultreya tambem é Retiro, para além de Peregrinamento J Aos “veteranos” também se pediu que estivessem sempre presentes, pois o seu testemunho dá matéria para que os “novos” conheçam o nosso espirito, as nossas normas e para que tudo flua harmoniosamente. Faz toda a diferença vir às reuniões. Aqueles que no passado, não conseguiram entregar-se à Peregrinaçao e levar dela TUDO, foram exactamente aqueles que não estiveram presentes na maioria das reuniões.

Tenho a certeza que para os veteranos foi muito bom virem, pois gostam de “matar saudades”, rever amigos, renovar propósitos. É um compromisso prazeroso J. Precisamos todos e cada vez mais, levar a nossa “mochila de Peregrino”, e deixar cá a mochila de turigrino J. E isso requer preparação, aceitação, despojamento, confiança, Fé e Alegria. E além disso nas reuniões já estamos no Caminho.

Mas.... há sempre excepções, algo que mesmo com muita organização não controlamos.... e Santiago trouxe-nos Peregrinos de última hora. E nós dissemos SIM, VENHAM...

 

E por isso este livro serve também para nos ajudar a que esta Caminhada seja uma Peregrinação Espiritual

Assim, dedico-o a todos vós e ao futuro...e também aqueles que já peregrinaram com o nosso grupo Ultreya. Até hoje, foram connosco 120 pessoas e algumas delas pela 2ª, 3ª, 4ª, 5ª  vez.... E recomendo!!! Aliás... se eu mandasse, mandava que todas as pessoas pelo menos uma vez na vida fizessem uma Peregrinação. Nunca mais voltamos a ser os mesmos. J

E brindo, a nós, a vós e à Vida

Saúde, Amor e Alegria !!!!!

Beijos



Isabel
Ultreya!!!!!