DA CATARINA:
Meus queridos peregrinos e companheiros de caminho,
Também eu tinha em mente escrever hoje por isso cá vai um pequeno testamento (mais um bocadinho e escrevo outra santiopedia).
Primeiro que tudo tenho-vos a dizer que não me fluem os pensamentos da maneira habitual porque não há forma de me saírem da cabeça as “ondiñas veñen, ondiñas veñen, ondiñas veñen y van, no te embarques rianxeiraaaa que te vas a marear”. Para os que não sabem, marear é enjoar e hoje acho que consegui deixar toda a gente no escritório “mareada “ com tantas ondiñas (mais ou menos o que consegui fazer convosco na peregrinação).
Ontem a tarde custou-me um bocadinho. Quando vocês se foram embora, tentei articular qualquer coisa com o José Manuel e não fui capaz. Só tinha vontade de chorar. Desculpa lá José Manuel, vi que não sabias o que me havias de fazer mas terem desaparecido todos os outros de repente deixou-me completamente perdida. Não fui capaz de voltar para o centro de Santiago pois pensar em voltar para lá sem vocês gerava-me imensa ansiedade por isso fui dar um mergulho nas frias águas da piscina do nosso hotel (Bem abençoado hotel!) para acalmar os ânimos. No final da tarde ainda tentei ir ao centro comprar uma medalha para a “sogra” mas fugi a sete pés de volta para o hotel que já me estava a entrar outra vez tensão de estar ali sem o grupo.
Pois é, todos vocês foram (e são!!!!) muito especiais.
Vou começar por agradecer aos céus o bom tempo que tivemos no caminho (obrigada São Pedro por não teres aberto as torneiras) e à Isabel o amor e dedicação que pôs na organização de tudo e no seu estar conosco. Para mim foi perfeito!!!! Correu como tinha que correr e cada coisa foi aparecendo no seu devido momento: se tivéssemos ido para as credenciais no domingo, não tínhamos chegado sequer à missa, tal era a fila que havia; conseguimos passar a Porta Santa, abraçar serenamente o Apostolo (que bem que me soube deitar a minha cabeçinha no Seu ombro!!!!), rezar sem que ninguém nos interrompesse no tumulo de Santiago, ter um botafumeiro, ter alguns de nós tão próximo do altar, ter uma oração só nossa, ter uma leitura feita por nós, ter um bocadinho da homilia só para nós, ter tantas igrejas no caminho só para nós, ter tantas veredas tão bonitas para percorrer, tao boas caminhas, tão bons banhos, o bailarico, as comezainas e a copofonia, a queimada com o conjuro, tão boas vozes e mãos, tão bons abraços, tanto amor, tanto carinho, tão bons ouvidos, tão boas vozes conselheiras, tantos mimos, tantas atenções, tantas palavras de afecto...
Foi mesmo muito, muito bom.
Obrigada Isabel por com a tua organização nos teres proporcionado tudo isto e obrigada a todos por estarem no meu caminho.
Tinha pensado em agradecer a cada um aqueles momentos que passamos juntos mas não me quero alongar. Bem, não resisto...
Foram momentos tão bons e tão lindos... (como diria a Augusta- Augusta estou a ouvir a tua voz) pois, pois (diz a Isabel Salazar), diga? Diz o Rui Neiva, quer umas maçazinhas? –E o meu whiskyzinho, diz a manuela ;)
Jaime, pastor empedernido, foste o cajado, a Mao invisível que nos apoiou vinda directa lá de cima. O alento que dás à Isabel extende-se também a nós. E umas cañitas na tua companhia vêm sempre bem
Rui Souto a ti só te oiço a cantar e vejo a tua empática imagem a caminhar comigo
A ti, querida, Fernanda, a dizeres-me – és uma rapariga espectacular. E – Ó Catarina, eu digo-te do que é que nós nos estávamos a rir mas tu não te zangas comigo! –Estás sempre pronta para andar e para atirares-te para a frente. Estou-te mesmo a ver aos 90, sa como um pero, a peregrinar. Faz favor de explorares o teu talento de dar amor aos outros e atirares-te mesmo para a frente com o apoio aos sem-abrigo. Vais ver o gratificante que vai ser o dar amor a pessoas que ainda precisam de mais amor que nós (já o sabes mais vais voltar a recordar). E
Da Dulce e do José Bouça não esqueço a amabilidade com que desinteressadamente fizeram com que voltar a Lisboa fosse possível e das conversas, coincidências e partilhas .
À Vera e ao Miguel, casalinho feliz, sempre activos no seu caminhar com os seus actos carinhosos, que Santiago vos traga em breve uma Maria (ou Manel).
À Manuela a alegria, boa disposição e companhia (e os versos que adorámossssssssssssssssssss)
Ao Henrique a sua companhia silenciosa, solidaria e amorosa.
Ao Joao grande a simpatia reservada e a preocupação com os outros (ai que rica massagem no pescoço e miminhos na melena!!!)
À Augusta e ao Joao.. Ai que lindos os gatinhos (Auguusta) , estas castanhinhas estao mesmo boas. O ano passado apanhei quase 2 kilos (joao) Essa vossa comunhão com a natureza... E não me sai da cabeça a vossa imagem a dançar apaixonadamente na discoteca!!! Cabeça encostada no ombro num acto de total comunhão... que maravilha estar convosco!
À Maria José e ao José os empáticos sorrisos, a pontualidade, a boa-disposiçao, o não porem nunca uma má cara...
À Terezinha os sorrisos amorosos, a simpatia, a partilha, estamos todos contigo, minha querida, e vais ver que Santiago te vai fazer andar para a frente
À Luisa os ternos sorrisos, as palavras sabias e a companhia do Joao –que divertido que és!- que volto a dizer que me cheira que vai estar no nosso peregrinar do ano que vem
Ao Rui Neiva pelas ricas maçazinhas, a companhia e os ensinamentos de lides já um pouco esquecidas
À Isabel Salazar os momentos de companhia, boa disposiçao e fotografia (o esperar em alguns momentos por ti, ainda que –eu- numa presença distante deu-me os momentos mais intensos de estar comigo)... E o pau!!! Fernanda para o ano também quero um!!!!!
À Marlene os sorrisos, a simpatia, a alegria... e que bonito que era o teu lenço! Mais uma vez obrigada pelas sábias mãos ao volante que nos conduziram até à galiza e pelas agradáveis conversas
José Manuel… la empatia callada por los años y por los momentos de vida recordados y casuísticamente similares
Ao Victor, mais conhecido como o Speedy Gonzalez, o teres-te aberto e aproximado do grupo que desconhecias totalmente... adorei os sorrisos dos últimos dias!!! obrigada por te envolveres e interessares por tantas coisas tão diferentes
Inês, querida, companheira de caminho, quarto, vizinha de cama, que bom ter tido a tua companhia e que bom foi ouvir-te na Catedral a falar numa só voz o que ia nos nossos corações...
Que bom foi peregrinar convosco.
Que o Apostolo Santiago nos guarde a todos e interceda pelas nossas intenções e nos dê a alegria de voltar a estar juntos.
Um beijo enorme