Vamos publicando os testemunhos maravilhosos da vivência de cada Peregrino. Seguramente serão muito inspiradores para futuros peregrinos à casa do Senhor Santiago, que queiram dar-lhe o seu abraço mas principalmente que estejam disponíveis para se re-descobrirem pelo Camiño....
Queridos Co-Peregrinos
E agora? Que saudades... hoje dei por mim a vaguear por Pico de Regalados, a caminhar, a procurar o melhor local para rezar...a ficar a olhar o verde do Minho, para matar saudades do verde da Galiza e a preparar mentalmente Ultreya VII e a conjecturar com o nosso Pastor as seguintes Ultreyas depois de 2012 até 2015 :-) É verdade!!!! Não se riam, já está tudo programado :-) lol!!!!
E que ficou desta? MAIS um passo enorme no Caminho. Que tudo é aprendizagem. Que tudo é vivência e que tudo serve para crescermos enquanto pessoas e enquanto seres limitados e imperfeitos que somos (e nisto incluo-me total e profundamente). Sei que cada Ultreya me traz as pessoas e as situações que preciso para o meu Caminho de Transcendência e que o sofrimento vivido, seja ele físico ou emocional serve a cada um de nós para nos perguntarmos: PARA QUE SERVE ESTA SITUAÇÃO? QUE POSSO APRENDER DELA E COM ELA? COMO ME POSSO TRANSFORMAR? QUE PRECISO ACEITAR DE MIM E DOS OUTROS? E COMO POSSO PREPARAR-ME MELHOR PARA O PROXIMO DESAFIO?
Obrigada por tudo que recebi.
Desejo sinceramente que tenha ficado nos vossos corações a Alegria do Caminho, a Beleza do Caminho, o Amor vivido no Caminho, a Presença de Deus no Caminho. E a Gratidão por tudo que foi vivenciado.
MESMO ASSIM.... e conforme a Madre Teresa, continuarei sempre e até as pernas mo permitirem a organizar as Peregrinações Ultreya.
Só posso dizer que mais uma vez adorei, valeu a pena, só recordo o que foi bom, estou profundamente GRATA a cada um de vós, a Deus, e à intercessão de Santiago e da Senhora junto do Pai.
E recordando os Monges de Oseira, que o Caminho e a sua vivência nos tenha ajudado a procurar viver agora e nos próximos meses as 4 Virtudes cardinais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Segundo a Igreja Católica Apostólica Romana existem quatro virtudes cardinais[1] (ou virtudes cardeais) que polarizam todas as ou¬tras virtudes humanas. O conceito teológico destas quatro virtudes foi derivado inicialmente do esquema de Platão e adaptado por Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.
Segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas "são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina".[2] As virtudes cardeais são quatro:
• a prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida", sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.
• a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;
• a fortaleza (ou Força) que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;
• e a temperança (ou Moderação) que "modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.[3]
Quanto à Virxe do Carmen... Já está em lugar de destaque aqui na Sala da Casa das Hortensias, onde a nossa Ultreya sempre se re-inicia. Obrigada!
Isabel Blanco Ferreira (19/9/2011)
O Caminho Sanabrés:
Na verdade o Caminho começa quando tomamos a decisão de o fazer, muito antes dos preparativos iniciais (tanto físicas como logísticas) de uma caminhada que nos propomos fazer. É uma coisa interna, com interferências externas. Comigo foi assim!
O Caminho de Santiago tem sido uma das vivências mais incríveis da minha vida e só assim se entende que o faça este ano pela quinta vez. Uns caminhos mais profundos e com mais ensinamentos do que outros.
Tenho que admitir que foi para mim este ano muito mais difícil que em anos anteriores. Não só de alguma ansiedade e inquietação que senti transparecer no grupo como também problemas físicos que me confrangeram no meio de uma beleza natural estonteante. Terá sido o calor? Ou então as mesmas botas de sempre? Ou então talvez as meias que estavam tortas?. Não, foram as “bolhas” na cabeça e sem saber que as levava!! Esta nossa mania de sempre procurar desculpas…
Lamento mas neste momento não vos consigo responder, mas o que sim posso deixar é o grande ensinamento que aprendi de que posso vencer qualquer obstáculo, que posso acreditar e por último de que não tenho limite. Basta EU acreditar… com a ajuda de Santiago.
No meio das inesquecíveis paisagens e quando pensava “acabou”, justo ao lado tinha exemplos de força e coragem em fantásticos companheiros do Caminho me faziam pensar que não tinha o direito de desistir…
Que é possível, é possível, é possível.
Marlene Rodrigues
O Caminho de Santiago...
.... tem sido para mim um percurso "de vida" que por ser tão gratificante.... o fiz este ano pela quinta vez.
Os momentos de reflecção e oração são muito importantes.
A vida não é fácil para ninguém e a partilha que fazemos no Caminho bem como a vivência em grupo têm para mim muito significado...
e nisto incluo o saber perdoar , saber entender os outros e ajudar quem mais precisa.
Saibamos todos aplicar na nossa vida o que foi lido nos textos e não nos deixemos ficar pela teoria...
... os momentos de Alegria, vividos em conjunto, o estar na Natureza e o Divertimento que tanto me encantam...completam esta experiência.
Cantar em grupo e termos a presença de quem sabe cantar muito bem tem sido outro contributo enorme.
Não faço este Caminho por sacrifício mas sim pelo prazer que me tem dado
Isabel Salazar
Querid@s Companheir@s,
Ainda estou a desmoer (será que deveria dizer digerir) as sensações sentidas neste Camiño. No entanto, vou tentar fazê-lo já ,pois se demoro muito, algumas perderão o seu calor.
Para começar o malandro do Satanás mandou-me, logo no primeiro dia, uma bolha no pé direito. Coisa rara mas que aceitei com normalidade pois , no tempo da tropa, estando num regimento de tropas de élite, da altura, fomos treinados a resistir à dor e ao sofrimento, aprendendo no pêlo que a nossa resistencia não tem limites. No segundo dia, uma bolha no pé esquerdo. Pensei cá para mim : as coisas estão a melhorar pois assim já fico equilibrado. A única coisa que temi foi que o Satanás me mandasse uma infecção pois uma das bolhas ficou cheia de sangue. Não foi suficientemente esperto o mafarrico que deve ter percebido que para me encostar seria preciso partir-me uma perna e mesmo assim teria de ser com fractura exposta.
Este caminho foi particularmente gratificante para mim pois, como sabem, fui acompanhado pela minha filha que por vontade de Deus, vive por milagre pois aqui há uns anos, teve 2 aneurismas e 3 AVC. Nessa altura o cirurgião informou-me que não era crente mas que só um milagre a poderia salvar.
Aqui venho eu todos os dias beber a minha força , com a certeza que o Senhor é meu Pastor e nada me faltará.
A Natureza,neste caminho representa bem o amor que Deus nos tem ao doar-nos tanta beleza. Os carvalhos centenários, os esquilos e javalis que não vi mas que pressenti a sua presença pelos rastos deixados, os castanheiros, os cogumelos, os morangos silvestres, as flores e um sem número de etc.s que nos tiram a respiração.
Marcou-me muito aquela capelinha onde era representada Nossa Senhora de Fátima com os pastorinhos e por cima a representação do milagre do sol, isto porque sou um devoto de Fátima onde todos os anos vou em peregrinação.
Falando dos companheiros deste Camiño fiquei, mais uma vez, muito enriquecido pelo que aprendi com todos, pois apesar de diferentes maneiras de entender a vida, diferentes feitios e por que não dizer educações, todos estávamos irmanados no mesmo fim, o de ir homenagear o Santo
Aos antigos quero agradecer a continuação e aprofundamento das amizades, algumas que estranhamente parecem existir desde há longos anos; aos novos o meu agradecimento pelo vosso contributo para que tudo corresse bem, a vossa companhia e algumas novas amizades que se adivinham.
Por último peço desculpa por esta longa enumeração de sentimentos que o Camiño Sanabrês me trouxe à flor da pele.
Beijinhos e abraços
Rui N. Correia
O Caminho Sanabrés
Não consigo descrever tudo o que pensei nem tudo o que senti.
Deus presenteou-me com pedaços de felicidade inesquecíveis quero guardá-los no meu coração para que durem durante muito tempo preciso disso.
Ainda tenho na minha cabeça as cantorias as vozes os risos os cogumelos e sobretudo aqueles grandiosos Carvalhos dos bosques que atravessava-mos.
Dei comigo mais do que uma vez mentalmente a perguntar-lhes a idade.
- 300? 400 anos? talvez mais pois eram tão imponentes que eu estava sempre a espera que por detrás do seu tronco aparecessem pequenos gnomos.
Dou terminado valor as coisas não por aquilo que valem mas por aquilo que significam para mim.
Deixei-me absorver de tal maneira pelo caminho e preocupada em compensar a minha filha pelas contrariedades que a vida ultimamente lhe pregou que penso ter falhado em algo pois nos últimos dias dei com alguns rostos que me pareciam vazios era como se aquelas pessoas tivessem esperado algo do caminho ou até talvez do grupo "Ultrya" e que não tivessem encontrado.
Se assim foi a essas pessoas peço desculpa e se houver uma próxima vez tentarei estar mais atenta à pessoa humana que estiver ao meu lado.
Beijinhos para todos da
Fernanda Mateus
Trouxe o coração quente como não imaginei possível! Trouxe o espírito sereno e reconfortado! Trouxe os olhos espantados de tanta beleza e encanto na paisagem! Trouxe o palato e estômago muito consolados! Ah, pois... e trouxe também uma ou duas bolhas que já curei; vieram clandestinas neste Camiño enfeitiçado ;)
Rui Souto
Gostaria de partilhar convosco algumas impressões relativas á nossa viagem.
1) “FEELINGS”
Nos vários dias que andámos a subir os Picos e Vales eram dominantes em várias paisagens os “Moinhos de Vento Brancos das Centrais Eólicas da Galiza”, sempre em grande movimento.
Teria que haver uma mensagem escondida!
Como todo aquele Know-how, investimento em tecnologia, estudos e planeamento a longo prazo, as Centrais são construídas para dar LUZ para as nossas casas, energia para as torres de emissão de sinais para os telemóveis, …
E se não houver Vento? Se não houver Vento fica tudo parado, nada funciona.
QUEM gera o Vento? Não o podemos controlar.
Na nossa vida, tem que haver ALGUÉM a ajudar por trás, a fazer o Vento e escrever a direito mesmo que as linhas do papel nos pareçam a nós estar muito tortas.
Ás vezes as opções mais difíceis á partida acabam por ser largamente compensadoras.
Recordam-se que a Isabel Blanco escolheu a opção do caminho mais longo e dificil quando fomos ao Mosteiro de Oseira e para mim foi um dos dias mais bonitos do percurso, incluindo a pausa que fizemos ao pé do rio?
Aproveito para recomendar a leitura do Livro- “Peaks and Valleys”, Spenser Johnson (Já há tradução em português:”Picos e Vales: Como tirar partido dos Bons e Maus Momentos no Trabalho e na Vida”).
2) “PEOPLE”
A oportunidade conhecer pessoas muito diferentes, com motivações e aspirações diferentes para fazer o “Caminho” foi para mim uma experiência de aprendizagem única.
Os que estavam sozinhos
Faço votos para que tenham encontrado no silêncio, tranquilidade e beleza da paisagem a paz e a força que procuravam e indicação de um caminho futuro justo e compensador.
Gostaria de referir em especial todas pessoas de nacionalidade estrangeira que viajaram connosco: esperamos que se tenham sentido bem no nosso grupo e que queiram voltar a repetir a experiencia com Portugueses.
Os Pais e os Filhos
Tenho a certeza que o percurso contribuiu ainda mais para consolidar os laços que os unem.
Que saudades temos dos nosso Pai e Mãe, dos conselhos que davam e do amor incondicional!
Os Casais
Acredito vivamente que este “Caminho” irá consolidar ainda mais no longo prazo os sentimentos que nos unem e Projectos conjuntos futuros.
Incluo neste grupo um casal que embora o marido não nos tenha acompanhado no caminho, veio sózinho de Portugal para estar presente no final nas cerimónias na Catedral de Santiago, junto á mulher.
Agradeço a todos que enviaram fotografias que irão contribuir para prolongar no tempo a experiência vivida.
Não poderia terminar ser uma palavra para o Rui Souto, a “Música e Alma do nosso Caminho”.
Esta viagem lembrou-me o Filme “Música no Coração” quando a familia foi para as montanhas da Áustria, á procura de uma nova vida,...
Beijinhos a todos
Luísa Duarte Serrão
Carissimos,
Vou partilhar a minha vivência do meu ‘Camino’.
O meu ‘Camino’ correspondeu às minhas expectativas, poderei mesmo dizer que as ultrapassou.
Não foi fácil, porque muita coisa tive de integrar na minha caminhada interior e algumas coisas não estiveram alinhadas com a Pessoa que eu sou.
Contudo, o espirito de Grupo que se criou permitiu suplantar pela positiva o que de menos agradável se passou, sobretudo porque julgo que havia um objectivo comum – Caminhar/Chegar a Santiago , usufruir de cada passo do Camino para partilhar vidas/vivências/silêncios e tambem crescer ‘por dentro’, relativisando o que não era a essência do espirito do Camino, mas tão só uma forma (entre outras possíveis) de o percorrer .
Olhar as dobras das serras que nos rodearam e os campos agriculturados que nos acompanharam, deu-me força e ânimo para encarar as pedras que pisei e as veredas que a custo subi.
Ouvir o Rui cantar ( ‘Foi Deus’ que lhe deu aquela voz, como diria a Amália) e o Grupo fazer côro, deu-me momentos de plenitude.
Acompanhar aqueles/as que se encontravam na ‘cauda’ do Grupo, por serem menos rápidos ou por quererem tão simplesmente olhar para a Natureza com atenção e Paixão, por vezes registando em fotografia o que maravilhava a vista, foi uma lição de auto-controlo e de feliz aprendizagem de coisas que eu desconhecia (cogumelos, pássaros, árvores, etc, etc), que me revelou quanto é bom poder «ter» tempo, sem pressas. Slowing down ...!
Apreciar os que aproveitavam as suas capacidades fisicas e mentais, para estabelecer o seu ‘projecto’ de Camino, quer pelo acerto ou descontrolo do ritmo respiratório/cardiaco, velocidade de marcha ou descanso (dormindo, mesmo...), lembrou-me quão diferentes somos na nossa comum humanidade.
Dar uma palavra de ânimo a quem andava com maior dificuldade (Hai! as bolhas ...), fez-me ter presente a atenção que tenho de ter para com os Outros. Como é Bom dar e receber! Ter um ombro amigo onde pousar a cabeça...
Por analogia, poderei dizer que os Objectivos da minda vida têm de ser sentidos/vividos Com+Paixão, no percurso para a sua concretização; sendo necessário que as metas não prejudiquem o ‘gozo’ dessa vivência, sempre atenta ao alinhamento dos meus Actos/Palavras com os meus Valores.
Quantas mil Pessoas já terão passado por estes ‘senderos’ e quantas mil Pessoas ainda passarão... ???
Sentir que faço parte de uma vivência secular – percorrer o Camino, deu-me um sentimento de Universalidade e de integração espiritual com o passado, o presente e o futuro. Todos buscamos respostas na nossa vida!
Foi muito bem ter conhecido cada Um e cada Uma, com quem aprendi e apreendi tanta coisa que foi dita ou calada, sempre numa atitude de Confiança e Respeito pela individualidade.
Para o Grupo não tenho palavras de reconhecimento por me terem acolhido tão calorosamente.
Sou muito Mais do que era no dia em que saí de Lisboa com a Isabel, a Teresa e a Marlene, maravilhosas companheiras de jornada.
OBRIGADA a todos e a todas.
Um palavra de gratidão para a Isabel e Jaime por me terem acolhido no Pico, e pela forma impecável como toda a jornada esteve organizada e planeada.
Até breve,
Jú
Peregrinacao Allariz a Santiago de Compostella
11-17 Setembro 2011
impressoes e agradecimentos em geral
Reconhecimento a Isabel Blanco pela organizacao e logistica, certamente nao facil, mas bem sucedida da nossa viagem. Tambem pela possibilidade que me deu em participar dando-me assim oportunidade de conhecer e conviver com um grupo extraordinario. O lindo caminho, a paisagem excepcional, mas sobretudo a aprendizagem constante sobre mim mesma e tambem a observacao de comportamentos num grupo tao variado e interessante foram uma experiencia a nao esquecer.
Ao contrario da maioria, as razoes da minha participacao nao foram religiosas, nao pratico qualquer religiao, mas se escolhecesse optava pelo budismo. Foi mais por razoes praticas, adoro caminhada, desejava ha muito ir a Santiago, tratava-se de uma viagem bem organizada e oferecia em grupo, seguranca por caminhos na sua maioria solitarios.
Mas finalmente, quando cheguei a Santiago surpreendi-me a mim mesma pela emocao, ligacao, simpatia e compreensao que senti em relacao a companheiros da nossa pereregrinacao cuja postura muito admirei e que me me ensinaram a tentar ser mais tolerante e paciente e a tentar dar tambem a relativa importancia a assuntos triviais e insignificantes que aparecem pela vida- Enfim passada agora mais de uma semana posso dizer que tenho a sensacao de que fiz as pazes com o mundo a minha volta. Summa summarum sinto que adquiri tranquilidade, calma e forca interiores e tambem confianca no futuro, tudo muito positivo !
Gostaria tambem ja aqui agradecer em geral a todos, mas a alguns em particular, pela excelente ajuda e apoio e tambem pela boa disposicao e alegria e optima companhia ao longo do caminho.
Tambem aos peritos fotografos muito agradeco o envio das fotos recordacoes da nossa bela viagem.
A mencionar tambem em especial o jovem companheiro Henrique muito excepcional na sua maneira calma e discreta tao atento e cuidadoso com o bem estar geral do grupo, e last but not least, um agradecimento especial ao nosso trovador/tenor Rui, um talento natural e a simpatia em pessoa.
Resta-me desejar a todos um bom caminho na vida a vossa frente. Se precisarem de alguma coisa desta parte do mundo tem os meus contactos.
E se quizerem vir ate ca, terei muito gosto eu ser eu entao a guiar-vos por estes caminhos.
Boa sorte, paz e alegria e vivamos cada novo dia como uma dadiva e que como tal a saibamos reconhecer.
Tschüss ! Liebe Grüsse
Teresa (Butschek) de Viena d´Austria
Testemunho:
Queridos amigos(as)companheiros(as).Esta é apenas um breve nota(uma carta?) de gratidão a Deus e a todos vós que me desafiaram a disfrutar esta viagem......Viagem,caminho feito pelos nossos passos atrvés de percursos e trilhos de vida partilhada com todos vós e sem os quais não teria sido possivel perceber a imensa Beleza que Deus criou para nós.......tive a consciência depois do meu regresso que apenas estavamos a continuar o caminho de alguns que há milhares de anos resolveram partir para dar testemunho da Palvra e de um imenso Amor que tinham vivenciado.Conheci neste caminho companheiros maravilhosos que me aceitaram e me ajudaram a creccer.Todos me ensinaram,cada um à sua maneira que TU estás presenteem tudo:nas fontes de águafresca que nos saciaram a sede,nas canhas e na comida que partilhamos juntos,nos momentos de oração e de silêncio,nos cânticos ,na brisa do vento,nas bolhas ou nas dores com que percorremos o caminho.Por isso TE peço que abenções estes meus amigos,por estarem ao meu lado,por terem sorrido comigo,por me ajudarem a entender que "o caminho se faz caminhando".Aos meus pastores,ao meu companheiro de quarto(Henrique),aos meus companheiros de carro(Inêse Rui) e a todos os restantescompanheiros de quem guardo momentos inesqueciveis,desejo que Deus vos proporcione as maiores bençãos e dádivas que todos merecem e desejam.E que não deixemos de nos encontrar.....sejam quais forem os caminhos.
Carlos M. Ferreira
Testemunho.- Ultreya VI
José Manuel Malde Varela
El gran reencuentro, que año tras año nos vamos haciendo, encuentro de vida y compañerismo, encuentro de meditación acerca de donde estamos y hacia donde vamos.
Una experiencia única, por el compañerismo y solidaridad entre todos los participantes, y una vivencia espiritual que nos une hacia el gran camino que todos tenemos por delante.
Un gran deseo, es que sepamos transmitir a nuestros sucesores el mismo espíritu que han sabido hacer San Bernardo de Claraval, Sta Hildegarda, etc…fundadores y artífices de la gran peregrinación que en su día fue el Camino de Santiago, que unió pueblos desconocidos entre ellos, como fueron los pueblos germánicos…que llegaron a establecer su cultura y su impronta en la parte más occidental del mundo conocido entonces.
Após tantos dias de desassossego, finalmente consegui um fim de semana mais repousante que me permitiu abrir o computador para enviar para todos vós algumas palavras como testemunho das saudades que ficaram dos dias que passamos juntos.
Em primeiro lugar é premente agradecer a todos a vossa contribuição para o êxito da nossa peregrinação:
Aos pastores o meu muito obrigado pelo vosso desempenho, certamente com grande esforço na organização de mais uma peregrinação – Ultreya VI, que é uma missão bem importante no desenvolvimento espiritual das vossas ovelhas.
Aos companheiros do caminho, quer aos já repetentes quer aos que tive o prazer de encontrar de novo, agradeço do fundo do meu coração a simpatia, alegria, boa harmonia e boa camaradagem , que me proporcionou uns bons dias inesquecíveis de paz.
Posso concluir que o grupo –Ultreya VI foi espectacularmente coeso pois desde o primeiro dia se sentiu grande empatia entre todos.
Ultreya VI veio depois de Ultreya V e Ultreya IV, não é por mero acaso que nos tornamos repetentes, mas naturalmente em algum dia das nossas vidas sentimos a necessidade de uma evolução espiritual e para se atingir este fim, creio que é preciso parar a mente, sempre agredida no dia a dia por milhares de contingentes. Fundamentalmente o que me leva a esta caminhada é a possibilidade de meditar com o auxilio da natureza( que este ano foi particularmente linda) e ao esvaziar a minha mente esta ilumina-se, as setas que nos indicam o caminho tornam-se mais nítidas. Em suma este activismo interno tem por finalidade um esforço de auto-aperfeiçoamento e auto purificação.
Luísa M
Bom dia,
Vou transmitir todos os sentimentos que recebi com esta viagem física e espiritual.
No início estava um pouco hesitante pois não sabia o que iria encontrar e o facto de fazer esta peregrinação com pessoas desconhecidas deixou-me pouco confortável, contudo foi uma experiência muito enriquecedora a nível social pois conheci pessoas fantásticas com histórias de vida emocionantes, ensinando-me a viver o meu dia-a-dia de uma forma mais calma e tranquila.
Desejo-lhe muitas felicidades para si e para o Jaime e gostaria que me mantivesse a par de todas as novidades.
Um beijo,
Albertina Verdasca
O Testemunho da Cláudia Mateus do Caminho Sanabrés
A vida dá tantas voltas. Há quem diga que “Deus escreve certo por linhas
tortas”. Por mais que a gente assista às desgraças do Mundo nas notícias da TV,
nas manchetes dos jornais e na internet, por mais conselhos que a nossa
família, amigos, pessoas chegadas, conhecidas e desconhecidas nos dêem, por
mais que nos digam “Não vás por aí” e “ Não faças isso”, todos erramos.
E foi nesse caminho turbulento que surgiu a oportunidade de entrar para o
grupo ULTREYA.
Estava a passar por uma má fase da minha vida e pensei dar um passeio de
auto-reflexão. Sempre quis fazer a peregrinação a Santiago de Compostela, não
pela religião mas pelo simples prazer de andar pois é uma forma de nos libertar
da vida do quotidiano.
Quando a minha mãe me disse o que eu achava de fazer a peregrinação com
ela, nem quis acreditar. Dadas as condições económicas, nem punha essa hipótese,
mas ali estava ela como que a acenar-me com um “bilhete dourado” que iria-me
levar para uma aventura há muito esperada e desejada.
A minha mãe sempre me falou das suas ”famosas” peregrinações e embora não
conhecesse o grupo, era como se reconhecesse parte das pessoas que integram
esta “irmandade” pelas histórias anteriormente contadas pela minha mãe.
Ao início sou sincera que fiquei um pouco apreensiva e de certa forma
desmotivada mas à medida que o dia da partida para Vila Verde foi chegando a ansiedade
foi espreitando.
Por fim chegou o dia, o dia do
início do Caminho Sanabrés.
Foi uma experiência única e extremamente gratificante, uma experiência
que adorava repetir, e repetir, e repetir.
Adorei as paisagens, as subidas e descidas íngremes, os caminhos de pedra
estreitos e sombrios, a vegetação, os carvalhos altos, o rio que repetidamente
atravessamos, os animais, vacas, ovelhas, cabras, cavalos, cães, gatos e até um
esquilo.
Adorei as povoações e as pessoas que passavam por nós e nos cumprimentavam,
motivando-nos para mais uma etapa do nosso percurso.
Adorei as hortênsias e a Capela Sr. Salvação de Pico de Regalados, o
magnífico e verdejante jardim e a visita guiada a Allariz, o Presidente da Câmara
e o Vereador do Ambiente desta mesma localidade, o padre que a meio do caminho
para Ourense ainda nos presenteou com a sua presença durante o Terço na igreja da
aldeia por onde passávamos, o chegar a Ourense depois de um primeiro dia tão
cansativo, as vieiras e as setas amarelas que nos indicavam o caminho a seguir,
as pedras em cima dos marcos de sinalização simbolizando os sentimentos e
recordações negativas das quais os peregrinos que passavam queriam se libertar,
as tabletas com a indicação dos quilómetros para Santiago de Compostela que se
avistavam ao longo da estrada nacional N-525, a “Torre do Relógio” e a estátua da padeira
de Cea, o nosso amigo “Roque” que nos acompanhou em parte do caminho de Cea
para Gouxa, o motorista Sr. Luís que com o seu sorriso esbanjava simpatia, a
Fonte e o Mosteiro de Oseira, a boa sopa e o amplo jardim também em Oseira, os
cachorritos em Gouxa, os caminhos de ferro que avistávamos vezes e vezes sem
conta, as fontes de água potável que matavam a nossa sede, o saco das
Intenções, o spa que me soube lindamente e a boa “paparoca” no hotel Katiuska
em Silleda, a rede ao longo da estrada nacional cheia de cruzes feitas de
galhos das árvores, a estátua de Nossa Senhora de Fátima e os três Pastorinhos,
as três senhoras que fizeram a amabilidade de nos abrir as portas da sua igreja
da sua aldeia e juntaram-se a nós no Terço, a maravilhosa paelha da pensão “O
Cruceiro” em Ulla, os albergues que davam dormida a muitos outros peregrinos
que por nós passavam e por fim o doce chegar a Santiago.
Simplesmente adorei todos os pequenos mas grandes momentos desta
peregrinação. O que era apenas uma busca espiritual e de bem-estar pessoal
tornou-se algo mais grandioso que nunca imaginaria.
Aprendi muito sobre a tolerância, entreajuda, espírito de grupo, boa
vontade, alegria, fé, coragem, amizade e união. Aprendi que os primeiros são os
últimos e os últimos os primeiros, e que o que interessa é o espírito e não a
idade.
Eu que não ligava à religião, dei por mim a rezar o “Pai-nosso” e o “Ave-maria”.
E a Missa do Peregrino com o Arcebispo e o Botafumeiro foi o auge desta minha
primeira peregrinação. Tive de conter as lágrimas para não parecer mal da emoção
de estar a assistir a tamanho esplendor no Altar-mor.
Todas as palavras são poucas para exprimir a alegria e saudade que sinto
destes 10 dias marcantes para a minha vida.
Adorei tudo mas o que mais me marcou foram as pessoas, o “pastor” Jaime,
a “pastora” e líder Isabel Blanco, o trovador Rui Souto e o seu cavaquinho, a
fotógrafa Marlene, a bem disposta Isabel Salazar, o gallego José Manuel; a
austríaca Teresa Butschek, a brasileira Rosa, a serena Luísa Menano, os pépe
rápidos José e Maria José Saramago também conhecidos pelo casal dos Zés, a
jovem Balbina, a apanhadora “profissional” de cogumelos e cantora nas horas
vagas Maria Fernanda, o dorminhoco Rui Neiva e a sua filha cozinheira Inês D’Orey,
a Inezita que, apesar de nesta vez não ser a mais nova, não deixa de ser a
mascote do grupo, o Henrique Feio que não falava muito mas era sempre
assertivo, a Teresa Bastos e as suas flores que enfeitavam o cabelo, roupa e
orelhas, o casal sensação Maria Luísa e António Serrão, duques da peregrinação,
a Albertina sempre preocupada com as suas filhas, a educadora de infância e uma
jóia de pessoa Gracinha, a simpática e carinhosa Ju, o Carlitos e a sua
inesquecível dança ao som da música “Somewhere Over de Rainbow”.
Obrigado a todos por estes 10 dias estupendos.